quarta-feira, 25 de julho de 2012

O PINTO QUE O RAPOSÃO ROUBOU DO VEREADOR

O PINTO QUE O RAPOSÃO
ROUBOU DO VEREADOR





01

Nesses versos mal pintados
Vou falar de um recinto
Decolei meu avião
Já vou apertando o cinto
E nessa culta viagem
Fazer uma homenagem
A José Adauto Pinto

02 

Por quê Zé Adauto Pinto ?
Explicar é muito fácil
Essas estrofes primeiras
Me deixaram em embarácios
Acidentei a gramática
Isso faz parte da tática
Pra falar de galináceos

03 

Zé Adauto é uma figura
Um exímio contador
Que num tempo não distante
Foi também vereador
E dito pelos conformes
Sabe onde a barata dorme
Profundo conhecedor

04 

De acordo com os ditames
E conforme o figurino
Não há pinto mais valente 
Do que pinto de menino
Partindo desse conceito
Vou falar com amor no peito
De um caso inusitino

05 

Na Câmara Municipal
A nossa Casa do Povo
É raro se fazer leis
Mais raro, um projeto novo
Incomuns requerimentos
E o assunto do momento
É só frango, pinto e ovo

06 

Daquela casa de edís
O povo sequer se ufana
O que foi Augusta Casa
Hoje é casa de bacana
Não é casa de sapê
A mesma parece ser
A casa de mãe - joana


07 

Em uma sessão passada
Quando lembro até me zango
O assunto em discussão
Giru em torno de um frango
Que estaria apodrecido
E seria consumido
Nas escolas como rango


08 

Dizem que um vereador
Não se sabe dizer qual
Abarcou um frango podre
Lá da Ação Social
E disse todo decente
No segundo expediente
Vou mostrar pro pessoal


09 

Botou o bicho num saco
Como raposa matreira
E na Câmara disse ele
Bote aí na geladeira
Quem guardou o indigente
Foi a irmã, uma crente
Que é flor que não se cheira


10 

Só que antes da metade
Da sessão em andamento
A irmã se descuidou
E não viu que o elemento
Conhecido Raposão
No frango botou a mão
E papou o fedorento


11 

O bicho era tão miúdo
É verdade eu não minto
Era novo da idade
E pelo jeito que sinto
Isso muito nos atrasa
Como pode aquela casa
Colocar em pauta pinto 

12 

Só que onde há cabueta
Raposão se desfigura
Pois o filho de um edil
Viu quando essa criatura
Que é um mala sem alça
Botou o pinto nas calças
E levou pra prefeitura

13 

O dito mala sem alça
Pra dizer que é o bichão
Mostrou o pinto ao prefeito
Que agarrou com as duas mãos
Parabenizando o mala
Disse assim: - fique na sala
Eu sou doido por babão

14 

Quando o vereador o dono
Do pinto surrupiado 
Indagou: - cadê a ave ?
A irmã disse: - foi roubado
Aí o bicho pegou 
O vereador endoidou
Foi praga pra todo lado

15 

Quero o meu pinto de volta
Eu pago até uma prenda
Pois esse pinto tá podre
E merece reprimenda
Não aceito que o prefeito
Dê pinto daquele jeito
Pra's  crianças na merenda

16 

A irmã que botou o pinto
Dentro do congelador
Chorava inconformada
Dizendo pro diretor
Nada tenho a ver com isso
Não fui eu quem deu sumiço
O pinto do vereador

17 

Aumentou a confusão
Foi enorme o bafafá
O pinto volatizou-se
Ficou perdido no ar
Era tamanha anarquia
E a pergunta do dia
Era... o pinto onde é que tá ?

18 

Esse pinto tem mistério

Será que voltou pro ovo ?
Nem está com a mãe galinha
E nem na Casa do Povo
Será que vai ser preciso
O vereador sem juízo
Trazer mais pinto de novo ?

19 

E o raposão matreiro
Não vai ser investigado ?
Roubou do vereador
O pinto já estragado
Outro vereador inquieto
Deseja fazer projetos
Pra pintos surrupiados

20 

Um projeto diferente
Desse de furar o fole
Envolvento pinto duro
Envolvendo pinto mole
Diante dessa premissa
É  preciso que a justiça
O  ladrão de pinto arrole

21 

Tendo projeto pra pinto
De ovo, ninho ou cirola 
É mister que uma vereadora
Procure não ser tão tola
Faça uso do talento
E faça um requerimento
De preservação da rola

22 

Projetos deste " que late "
O progresso alavanca
Veja só , Luiz Gonzaga
Não cantou a Asa Branca  ?
Por que os nosso edís
Com suas  idéias vís
Não botam rola na banca ?

23 

Independente quem seja
Do pinto dono de fato
Nossa Câmara precisa 
E vitar tais desacatos
Lhe afirmo bem sucinto
Por causa de frango e pinto
O povo é quem paga o pato

24 

Nunca se viu uma Câmara 
Tão sinistra e desordeira
Eu sinto até calafrios
Quando chega a sexta - feira
Pois dentro daquela sala 
Se sente cheiro de bala
Pinto podre e quebradeira 









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